sexta-feira, 1 de março de 2013

Sustentabilidade e a Pequena Empresa: Inovar com Responsabilidade Social é possível?


Sustentabilidade.
Se vamos começar a contar o número de vezes em que esta palavra aparece gravada no ideário das organizações de negócios da atualidade, precisaremos mais de um super-computador do que uma simples calculadora.
Especialmente se a revisão de sua missão ou visão começou a ser realizada à partir da década de 80, quando, reagindo a uma necessidade externa, a empresa passou a ter que demonstrar que pensava em mais do que, apenas, vender e lucrar com seus produtos e serviços.
No âmbito do surgimento da dimensão conhecida como "desenvolvimento sustentável" - discussão iniciada na década anterior (anos 70), e aprofundada ao longo das duas seguintes (80 e 90), a organização se viu de frente a uma demanda - cada vez mais intensa e sensível, por parte de consumidores e mercados, no sentido de internalizar o conceito de sustentabilidade.
E no sentido mais pleno de seu significado: ou seja, cabia a ela a tarefa de responder que seus produtos e serviços - ou ela própria, moviam-se em direção a firmar um pacto com a sociedade, para alcançar um estágio de maior qualidade de vida, mitigando os potenciais impactos de suas linhas de produção ou cadeias produtivas, ampliando desta forma, a própria dimensão como a administração da qualidade era entendida até aquele momento.


A equação da produtividade empresarial, então, soma-se ao diferencial que fortalecia a discussão sobre os efeitos que os negócios exerciam sobre as pessoas e o planeta, permitindo internalizar - e fortalecer, um novo momento de ação estratégica nas empresas - independente de seu porte ou de sua área de atuação, mas, objetivamente, de maneira mais imediata sobre as grandes empresas, corporações e grupos com atuação global.
Apesar desta apropriação ter se dado de maneira mais ou menos objetiva e estruturada - variando de aspectos simples, como organizar a coleta seletiva de resíduos internos (os tradicionais recipientes coloridos de lixo nos escritórios!), ou promover o reaproveitamento de itens antes imediatamente descartados (quem não se lembra do momento em que o papel impresso passou a virar bloco de rascunhos?), até a profunda adaptação de produtos finais a nova dimensão, reflexo que retirou o CFC dos aerossóis, por exemplo, ou colocou catalisadores nos escapamentos de automóveis, ou modernizou eletrodomésticos para obter um menor consumo de energia, ou intensificou a utilização de filtros especiais nas chaminés de fábricas, entre tantas outras alterações que tomaram forma e tornaram-se permanentes.



Paralelo a dimensão da Sustentabilidade, o ambiente empresarial entendeu - de forma conclusiva e definitiva, que a modernidade estreitava uma relação direta com a Inovação, e que não atuar com este componente, poderia dar lugar a uma obsolescência aguda do que se destinava aos seus diferentes grupos de consumidores, com reflexos diretos da participação das empresas no mind share - e consequentemente no market share de seus produtos e serviços.
Uma vez que, quase sempre, uma empresa é  mais reconhecida pelo seu produto final do que por sua cadeia produtiva, tornou-se mais efetiva a necessidade de que este binômio Sustentabilidade X Inovação, novo regente deste ambiente, fluísse na direção de organizações de menor porte, de maneira capilar - ou seja, intensa e diversificada, para que também elas - responsáveis por compôr com as grandes em diferentes processos produtivos e parcerias, pudessem respirar os novos ares da modernidade, promovendo igualmente as releituras, adaptações ou mudanças necessárias a fortalecer sua própria presença e existência futura.

Para as pequenas empresas, desta forma, reconhecer que a ação estratégica perfeita é aquela em que, de maneira bem estruturada e planejada, Sustentabilidade e Inovação dão corpo as boas práticas de gestão, tanto no que diz respeito a reconhecer e aperfeiçoar os limites de sua cultura organizacional, como também visualizar o consumidor moderno como elemento principal para a tomada de decisão, no que diz respeito ao lançamento de novos produtos e serviços, ou ao rejuvenescimento daqueles que, ao longo do seu ciclo de vida, mostraram-se capazes de atender as suas expectativas de crescimento, desenvolvimento e permanência no mercado.
Inovação e Sustentabilidade passam a ser, assim, componentes inseparáveis da nova fórmula de sucesso para os micro e pequenos empreendimentos.

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